O Brasil ultrapassou a marca de 213,3 milhões de habitantes em 2021, segundo estimativas da população divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o IBGE, o aumento foi de 0,74% entre julho de 2020 e julho deste ano.
A capital paulista continua sendo o município mais populoso do país, com 12,4 milhões de habitantes, e o Rio de Janeiro vem logo atrás, com 6,8 milhões, seguido de Brasília (3,1 milhões), Salvador (2,9 milhões) e Fortaleza (2,7 milhões).
Serra da Saudade, em Minas Gerais, ocupa o cargo de cidade brasileira com menor população, tendo apenas 771 habitantes. Outros exemplos de cidades com menos de mil habitantes são Borá (SP), com 839 habitantes, Araguainha (MT), com 909, e Engenho Velho (RS), com 932 moradores.
Nos últimos dez anos, o País também registrou um aumento progressivo no número de grandes municípios. Em 2010, o Censo apontava 38 municípios com 500 mil ou mais moradores. O levantamento deste ano apontou um aumento significativo e agora o Brasil tem 49 municípios com quase um milhão de pessoas.
Para Thiago Galvão, professor de Políticas Públicas do Ibmec Brasília, o aumento da população traz riscos e precisa de acompanhamento de políticas públicas e inclusão social para a nova população. “Os principais impactos de primeira ordem estão relacionados a um aumento imediato no gasto em saúde pública, no consumo de alimentos e também na educação”, diz.
Além disso, o especialista também elenca outras áreas que podem sofrer distorções caso o Produto Interno Bruto (PIB) não cresça junto com a população. “Transporte, segurança, trabalho e desigualdade social. As causas estão relacionadas à educação adequada, planejamento familiar e sobre métodos contraceptivos”, avalia.
A jornalista Joyce Pires contribuiu para o aumento da população em 2021. Aos 37 anos, ela deu à luz o pequeno Davi, em junho deste ano, em Brasília. A mamãe de primeira viagem conta que a maternidade era um sonho antigo e que o filho chegou no momento certo, mesmo em meio à pandemia da Covid-19. “Queria muito ser mãe e não podia adiar esse sonho por mais tempo. Por exemplo, não esperaria a pandemia acabar ou ser vacinada para realizar esse sonho. Ele (Davi) chegou na hora certa.”
Os números mostrados no levantamento não refletem as mudanças causadas pela pandemia da Covid-19. O gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, Marcio Mitsuo Minamiguchi, explica que existe diferença entre Censo e estimativa, e por isso não há dados referentes à crise sanitária. “As estimativas possuem, em sua essência, a ideia de um volume populacional esperado para um determinado contexto demográfico, diferente do Censo, porque requer um grande quantitativo de dinheiro”, afirma.
O gerente ainda ressalta a importância do Censo que será realizado em 2022. “O próximo Censo Demográfico, que será realizado em 2022, trará não somente uma atualização dos contingentes populacionais, como também subsidiará as futuras projeções, fundamentais para compreender as implicações da pandemia sobre a população, não somente no curto, mas também no médio e longo prazo”, pontua.
Fonte: Brasil 61