Em dias de temporal, como o que ocorreu nesta madrugada, surgem muitos mitos sobre a ocorrência dos raios. Veja informações importantes sobre o fenômeno
A tempestade que atingiu a Grande Vitória na madrugada desta terça-feira (24), chegou acompanhada de raios, relâmpagos e muitos trovões, o que assustou os capixabas e fez com que muitos despertassem da cama antes de amanhecer.
Em dias assim, surgem muitos mitos que geram dúvidas quando o assunto envolve, principalmente, os raios. Afinal, o espelho pode mesmo atrai-los? E as árvores, podem ser perigosas ou servem de abrigo?
Para esclarecer, o jornal online Folha Vitória consultou alguns materiais desenvolvidos pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Veja abaixo os mitos e algumas curiosidades sobre o fenômeno!
Um raio não atinge duas vezes o mesmo local?
Segundo o ELAT, também é mentira. Uma prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe cerca de seis raios por ano.
Sinos contra raios
Outra crença, muito difundida na Europa Medieval, dizia que o badalar dos sinos das igrejas durante as tempestades afastaria os raios. A superstição perdurou por muito tempo. Muitos campanários de igreja foram atingidos e mais de uma centena de tocadores de sino foram mortos acreditando em tal ideia. A superstição perde força somente no início do século XVIII.
Árvores atraem ou repelem os raios?
Por outro lado, acreditava-se no poder de proteção do loureiro, arbusto também encontrado na região do Mediterrâneo, cujos ramos e folhagens eram utilizados sobre a cabeça de imperadores e generais romanos.
O loureiro era considerado um meio de proteção contra a ira dos deuses da tempestade que, presumia-se, invejavam os generais pelas vitórias e conquistas de seus exércitos.
Amuletos de proteção
A pedra seria trazida pelo raio, cuja força meteórica a enterraria. A origem de tal superstição está baseada na falsa ideia de que um local não pode ser atingido duas vezes pelo mesmo raio, mas a explicação para a origem destas ideias pode estar relacionada com achados de utensílios e armas de pedra polida de povos mais antigos.
Sabe-se que os etruscos e, mais tarde, os romanos da antiguidade usavam a pedra (pontas de flechas e de martelos) em colares como amuleto. Ficavam à mostra no pescoço, mas também eram colocadas nas casas e no telhado com o intuito de ficar a salvo dos raios.
Bumerangue
Há mais de cinco mil anos, os babilônicos acreditavam que o deus Adad carregava um bumerangue em uma de suas mãos. O objeto lançado provocava o trovão. Na outra mão, empunhava uma lança. Quando arremessada produzia os raios.
Castigo dos deuses
O rei dos deuses, Júpiter, também tinha o hábito, como Zeus, de enviar raios (lanças) sobre os homens. Minerva, a deusa da sabedoria, no lugar de Ciclopes, era quem abastecia Júpiter com esta poderosa arma.
Entre os nórdicos, que viviam no norte da Europa, Thor era o deus do trovão e dos raios. O som do trovão era provocado pelo movimento das rodas de sua carruagem e os raios podiam ser vistos quando Thor arremessava seu martelo.
Como se proteger durante uma tempestade?
Na cartilha de proteção contra raios, o ELAT destaca que eles podem acontecer pouco antes da chuva começar ou no estágio final da tempestade.
Veja a cartilha de proteção contra raios
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Outra orientação é evitar sair para lugares abertos, ou entrar na água de mar, rio ou piscina imediatamente após a chuva.
Fonte: Folha Vitória