Folha da Bahia

O que fazer para tratar queimadura de água-viva e caravela?

Águas vivas, caravelas portuguesas e serpentes estão entre os principais animais encontrados nas regiões de praia do Espírito Santo

Passeios na natureza são uma opção de lazer e descanso para muitas famílias. Em época de verão, as praias são uma das principais escolhas dos capixabas. No entanto, como em qualquer ambiente natural, é preciso prestar atenção para os riscos de acidentes com animais, para garantir que a diversão não seja interrompida.

A Prefeitura de Vila Velha fez um alerta sobre os principais animais que podem representar algum tipo de perigo de importância médica e são encontrados nas praias da região. Águas-vivas, caravelas e algumas serpentes compõem a lista.

Foto: Instituto Últimos Refúgios / Wikimedia Commons

De acordo com o relato, o principal exemplo de serpente peçonhenta presente nas restingas é a cobra-parelheira (Phylodryas patagoniensis). O veneno do animal é incapaz de matar um ser humano e os dentes ficam no fundo da boca, o que dificulta a injeção do veneno ou um possível bote.

Porém, é recomendado ir ao hospital imediatamente após um acidente com qualquer tipo de cobra, para que seja administrado o soro antiofídico e o local ferido seja higienizado.

Águas-vivas também são frequentemente encontradas nas praias e costumam gerar pânico em banhistas desprevenidos. Caso a pele de uma pessoa entre em contato com as chamadas “agulhinhas” presentes nos tentáculos do animal, é liberada uma toxina causadora de ardências agudas e sensações de queimadura.

Foto: Wikimedia Commons

De acordo com a médica dermatologista Carolina Felipe, em caso de acidentes com caravelas portuguesas ou águas-vivas, deve-se sair da água e lavar o local com água do mar sem esfregar. Outros líquidos como água doce, refrigerante ou água de coco apenas auxiliam na difusão da toxina.

A urina é utilizada por mergulhadores em alto-mar apenas em último caso, sendo aconselhável sempre utilizar a água salgada do próprio oceano.

Vinagre neutraliza toxinas e efeito de ardência

Uma dica valiosa após a lavagem é utilizar o vinagre, pois ele é capaz de neutralizar as toxinas e o efeito de ardência e diminuir a dor. No entanto, é preciso ressaltar que o composto não é um tratamento, caso a lesão continue por alguns dias, o médico dermatologista pode recomendar o uso de pomadas anti-inflamatórias, como algum tipo de corticoide, para aliviar a vermelidão.

Ainda segundo a médica, cada pessoa reage à toxina de um jeito diferente. Alguns banhistas contraem somente uma urticária (o local fica inchado com uma placa vermelha), outros podem perceber a formação de bolhas, ou também desenvolver reações alérgicas graves.

Caso a pessoa esteja com sintomas graves como falta de ar, dormência, formação de bolhas, ou o local ainda esteja ardendo intensamente mesmo após o vinagre, é recomendável que procure um hospital para administração de remédios contra a dor por via venosa e tratamento adequado, como aplicação de ataduras.

É importante lembrar que os animais estão no ambiente natural. Caso banhistas avistem essas espécies, é recomendável manter distância e não irritar ou tentar pegá-los. A Polícia Militar pode ser acionada pela Ouvidoria 162.

Fonte: Folha Vitória

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