Peixes mortos encontrados no rio na Comunidade de Campo Grande, no litoral de São Mateus ainda são reflexos dos rejeitos da lama do rompimento da barragem de Mariana ocorrido em 2015, a afirmação é do Vereador Adeci de Sena.
Ele disse que os peixes –na maioria bagres– foram contaminados por rejeitos decorrentes de vazamentos de barragens da mineradora Samarco.
“Nós, da Apescama (Associação de Pescadores, Catadores de Caranguejo, Aquicultores, Moradores e Assemelhados de Campo Grande de Barra Nova), representados também pela presidente Kelly Ramalho Sena, lamentamos que esta região toda aqui esteja contaminada, com peixes boiando. Já fotografamos para mostrar que não tem como as famílias tradicionais sobreviver aqui porque a contaminação está altíssima” – afirma Adeci.
O vereador afirma que os problemas com rejeitos de minério nas comunidades tradicionais mateenses vêm acontecendo desde o final de 2015, com os contaminantes que escorreram de Minas Gerais até o mar pelo Rio Doce. Ele frisa que o impacto é brutal nos manguezais formados entre duas barras (Ipiranga e Barra Nova) no litoral sul mateense, destruindo um ecossistema frágil e berçário de muitas espécies animais.
Com a experiência acumulada ao longo de décadas no habitat onde nasceu e vive até hoje, Adeci explica que a chegada do Vento Sul revira o fundo do mar na costa norte capixaba e empurra os rejeitos de minério continente adentro pelas fozes dos rios.
Adeci pede apoio das autoridades e dos órgãos ambientais estaduais e federais na busca de soluções urgentes para a mortandade de pescados sete anos após o maior desastre ambiental da história do Brasil. “Os pescadores e as pescadores artesanais pedem socorro”, completa.