Folha da Bahia

O que fazer caso seja picado por um animal peçonhento

Com as temperaturas cada vez mais elevadas, a população do Espírito Santo precisa ficar atenta aos animais peçonhentos que tendem a aparecer com mais frequência. Em todo ano de 2023, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) registrou 7.912 casos notificados de acidentes por animais peçonhentos, um aumento de 6,63% quando comparado a 2022, que teve 7.732 casos.

Os animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm presas, ferrões, cerdas, espinhos entre outros, capazes de envenenar as vítimas, tais como escorpiões, aranhas, serpentes, abelhas, lagartas e mariposas. A equipe do Ciatox destacou as principais ações que a população deve seguir, em caso de acidentes provocados por animais peçonhentos.

Escorpião

Para picadas de escorpião, compressas mornas ajudam a aliviar a dor local até a chegada a um serviço de saúde. Não é recomendado colocar gelo no local;

Aranhas

Em caso de picadas de aranhas, compressas mornas ajudam a aliviar a dor local até a chegada a um serviço de saúde. Não é recomendado colocar gelo no local;

Serpentes

Par casos de picadas de serpentes, a população deve lavar abundantemente o local com água e sabão, sem esfregar; manter o paciente deitado e hidratado; e elevar o local da mordida;

Abelhas

Em caso de acidente provocado por múltiplas picadas de abelhas, quando a pessoa já estiver fora do raio da ação das abelhas, procure remover os ferrões raspando com lâminas, e não com pinças ou com o dedo, pois esse procedimento resulta na inoculação do veneno ainda existente no ferrão. É importante que aplique bolsas de gelo no local das picadas para diminuir o inchaço;

Lagartas e mariposas

Neste caso, é importante lavar o local com água corrente e fazer compressas com água fria ou gelo para o alívio da dor.

Após a realização dos primeiros procedimentos e, especificamente, em caso de acidentes por serpentes, escorpiões e abelhas, a população deve procurar o serviço de saúde mais próximo. Além disso, o CIATox orienta que a população faça contato com o Centro, cujos profissionais estarão preparados para auxiliar na avaliação e na decisão da melhor conduta, uma vez que haverá casos com necessidade de soroterapia antiveneno ou outros onde a importância do profissional para tranquilizar o paciente, uma vez que nem todos os acidentes com animais peçonhentos necessitará de observação em serviço de saúde e/ou soro antiveneno.

Outra conduta importante e um alerta do CIATox é a não necessidade de captura do animal. A identificação do animal causador do acidente pode ser inferida mediante manifestações clínicas e laboratoriais do paciente. A orientação é que para identificação, caso seja possível, é realizar fotos e/ou vídeos do animal. Uma forma de evitar que outras pessoas corram risco.

O CIATox tem atendimento 24h, de segunda a segunda, inclusive em feriados. Para orientações, devem ligar para 0800-283-9904.

 

Dados

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) registrou em 2023 7.912 casos notificados de acidentes por animais peçonhentos, um aumento de 6,63% quando comparado a 2022, que teve 7.732 casos.

Durante o ano de 2023, observou-se uma redução de acidentes por escorpiões e serpentes (3,10% e 6,40%, respectivamente) e um aumento de acidentes por abelhas e aranhas (29,04% e 16,61%, respectivamente). Em 2024, nas primeiras quatro semanas do ano, observa-se um aumento no padrão de notificações de acidentes em relação às abelhas e às serpentes. Já quando se fala em escorpiões e aranhas, os índices estão dentro do esperado.

Segundo o médico Nixon Souza Sesse, do CIATox, a frequência de acidentes por animais peçonhentos pode sofrer influência de vários fatores, que passam pelas alterações climáticas, do ecossistema, biológicas (reprodução), dinâmicas de atividades laborais e mobilidade da população.

“Isso significa, por exemplo, que épocas de temperatura alta são mais propícias a escorpiões, e as mais chuvosas, as serpentes. As abelhas aparecem mais frequentemente em janeiro. Os escorpiões também surgem mais nos períodos de colheitas de determinadas culturas e no período de janeiro a setembro”, destacou Sesse.

 

 

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