O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), virou alvo de controvérsia após declarações feitas durante um discurso, em que afirmou ser necessário “enterrar numa vala os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro”. A frase, rapidamente retirada de contexto, gerou reações nas redes sociais e de opositores políticos, que acusaram o chefe do Executivo baiano de incitar violência.
No entanto, aliados e membros do governo saíram em defesa de Jerônimo, afirmando que a fala foi uma metáfora usada para criticar o bolsonarismo enquanto ideologia política. “Ele jamais falaria de pessoas. Falava da necessidade de enterrar o ódio, o preconceito, a exclusão. Era um ato simbólico, como quem deseja superar um tempo de trevas”, declarou um interlocutor próximo ao governador.
Professor de origem humilde, filho da zona rural e com forte ligação tanto com a fé cristã quanto com as tradições de terreiro, Jerônimo tem se destacado por uma gestão voltada aos mais vulneráveis. “É o governo mais humilde do Brasil, no sentido mais profundo da palavra: um governo que anda com o povo, que chora com as mães e reza com os quilombolas”, disse um membro da equipe de comunicação.
A repercussão da fala provocou indignação em seus apoiadores. “Transformar o gesto de um homem de fé em incitação é perverso. Jerônimo é símbolo da luta contra a intolerância, não seu promotor”, afirmou um militante presente no evento.
Jerônimo, por sua vez, manteve silêncio público sobre o episódio, mas interlocutores indicam que ele vê a polêmica como tentativa de silenciar suas críticas à estrutura política que, segundo ele, marginaliza os mais pobres.
A mensagem do governador segue clara para seus apoiadores: enterrar não pessoas, mas tudo aquilo que desumaniza. E cultivar, em seu lugar, o que une e dignifica.