Folha da Bahia

Salvador : mentiras e blefes

A Salvador da “Maquiagem Política” e a Realidade das Favelas

Por décadas, Salvador tem sido cenário de promessas não cumpridas, encobertas por gestos grandiosos e uma política de “pão e circo” promovida pelos seus últimos prefeitos. Na superfície, grandes festas e obras cosméticas tentam mascarar os problemas reais que afligem a capital baiana. Mas os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) escancaram uma verdade vergonhosa: Salvador é uma das capitais com maior concentração de favelas do Brasil. De acordo com o Censo Demográfico de 2022, 42,7% da população de Salvador, ou seja, mais de 1,3 milhão de pessoas, vivem em favelas. Esse índice coloca a cidade em terceiro lugar entre as capitais com maior proporção de moradores em favelas, perdendo apenas para Belém (PA) e Manaus (AM).

Para muitos, essa situação é resultado de uma maquiagem política cuidadosamente construída. ACM Neto, neto do polêmico político Antônio Carlos Magalhães (ACM), domina a cena política na capital baiana há décadas, numa sequência de administrações que perpetuam problemas sociais enquanto exibem obras grandiosas para os turistas. As festas e eventos são amplamente promovidos, mas pouco se fala das realidades das favelas e do desemprego, que atingem números alarmantes. Salvador carrega, ainda, o título de campeã em desemprego entre as capitais brasileiras, um problema que parece invisível aos olhos das administrações passadas.

Apesar de investimentos significativos do governo estadual para tentar impulsionar a infraestrutura e serviços na capital, os prefeitos de Salvador têm capitalizado politicamente essas ações como se fossem próprias. Essa apropriação tem gerado uma distorção perigosa da realidade, pintando um retrato de desenvolvimento que não condiz com o cotidiano dos milhões de baianos que vivem em áreas de exclusão social e sem serviços básicos de qualidade.

Os números divulgados pelo IBGE são inquestionáveis: Salvador concentra 45,8% das favelas do estado, com 262 comunidades em sua área urbana. A concentração é extrema e reflete uma negligência social histórica. Outros municípios baianos, como Feira de Santana, Camaçari e Lauro de Freitas, também enfrentam desafios, mas nenhum deles chega perto da crise habitacional e social que Salvador vive.

O IBGE define as favelas como “territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura etc.)”. Esse cenário reflete a adaptação e a resistência das comunidades, que, sem apoio significativo do poder público, buscam sobreviver em meio à precariedade.

Em cidades como Salvador, onde as últimas administrações têm sido marcadas por ações midiáticas e poucos resultados concretos, essa realidade das favelas é um sinal claro de que é preciso mais do que discursos bonitos e promessas de campanha. A cidade necessita de um comprometimento genuíno para enfrentar o déficit habitacional, a exclusão social e o desemprego — problemas que afetam diretamente a qualidade de vida de seus habitantes.

Essa política de “pão e circo” já não engana a população. Salvador pede e merece uma gestão que vá além das aparências e realmente enfrente as necessidades básicas e urgentes da sua população.

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